segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ir para o maneta

Aí está uma expressão bem portuguesa: "ir para o maneta" ou "foi para o maneta". Quando algo se estraga ou desaparece, ou quando alguém morre, por vezes ouvimos esta expressão.

"O meu relógio foi para o maneta", "A minha bicicleta foi para o maneta", "O meu carro foi para o maneta"... enfim, são inúmeros os exemplos que poderia dar. Por tantas coisas que acabam por ir para o "maneta", podemos ser levados a pensar que este indivíduo (o maneta) deve de ser um homem muito rico! Bom, claro que o significado não é esse. Falando mais a sério, esta expressão tem uma origem curiosa com traços de crueldade!

Mas então, qual é a origem desta expressão? Bom, para sabermos temos de recuar ao início do séc. XIX, no tempo das invasões francesas. Naquela época, quando o território português estava a ser invadido por tropas francesas, surgiu um general francês de nome Louis Henri Loison. Esse general tinha perdido o seu braço esquerdo, o que lhe valeu a alcunha de "o Maneta". Este homem era bastante cruel, autor de torturas e mortes a quem se lhe oponha. Eram-lhe atribuídos três "emes" (M): Manhoso, Mau e Maneta. Este "menino" realmente não era flor que se cheirasse!

Daí a expressão "ir para o maneta". Aquilo que vai para o maneta já não volta, fica definitivamente estragado ou perdido.

Abaixo está uma imagem do general Louis Henri Loison, o Maneta. Olhando para ele, fico com a sensação que ele não ganharia o prémio simpatia, mas apesar disso ele parecia até ser um tanto inofensivo... as aparências por vezes nos iludem!

General Louis Henri Loison, o Maneta
General Louis Henri Loison, o Maneta



Ironicamente, e como seria de esperar, ele próprio também já foi para o maneta, dado que esta criatura morreu em 30 de Dezembro de 1816.